De acordo com os
dados da Penn World Table 8.0, o crescimento acumulado do PIB, no Brasil,
durante o período 2003/2011 foi de 31,6%, implicando um aumento do PIB per
capita de 20,0%, ou 2,04% ao ano.
No mesmo período, o
crescimento acumulado do PIB por trabalhador foi de 6,0% (ou 0,65% ao ano),
enquanto a proporção da população empregada aumentou de 45% para 51% (1,39% ao
ano).
Duas conclusões
importantes podem ser extraídas das informações acima:
(1) O crescimento
do PIB por trabalhador no Brasil foi bastante baixo, entre 2003 e 2011. À taxa
de crescimento anual observada neste período, são necessários 108 anos para dobrar
o produto por trabalhador.
(2) Cerca de dois
terços (68%) do crescimento do PIB per capita durante o governo Luís Inácio-Dilma
se deveu ao aumento da proporção dos empregados na população total.
Note-se que os
dados acima não captam integralmente a melhora do padrão de vida médio verificada
no Brasil no período 2003/2011, porque refletem apenas o impacto do aumento
da capacidade produtiva do país (medido pela série RGDPo, na Penn
World Table 8.0) sobre o padrão de vida.
Como é bem sabido,
o Brasil se beneficiou neste período de termos de
troca favoráveis com o exterior, os quais na PWT 8.0 são levados em conta na série
RGDPe.
O aumento acumulado da renda no Brasil, entre 2003 e 2011, quando o efeito dos
termos de troca favoráveis é computado, o que corresponde à medida mais adequada da melhora do
padrão de vida médio, foi de 39,6%, implicando um aumento per capita de 2,72%
ao ano.
Em resumo, ao longo
do período 2003/2001, tem-se no Brasil:
- crescimento
do produto por trabalhador (a) = 0,65% a.a.
- crescimento
da taxa de emprego – L/POP (b) = 1,39% a.a.
- crescimento
da renda per capita devido ao aumento da capacidade produtiva (a+b) = 2,04%
a.a.
- crescimento
da renda per capita computado o efeito dos termos de troca favoráveis (c) = 2,72%
a.a.
- crescimento
da população (d) = 1,03% a.a.
- crescimento
da renda total (c+d)= 3,78% a.a.
Assim, a expansão
do emprego responde por cerca de metade da melhora do padrão de vida médio no
Brasil, entre 2003 e 2011, com os ganhos de produtividade e os termos de troca
com o exterior favoráveis respondendo, em proporção aproximadamente igual, pela outra metade daquela
melhora.
Com o mercado de
trabalho tendo se aproximado recentemente da situação de pleno emprego e sem a perspectiva
de ganhos adicionais nos termos de troca com o exterior, a melhora do padrão de vida doravante dependerá principalmente do aumento da produtividade do trabalho, o
qual, no entanto, como se mostrou acima, foi muito baixo na economia brasileira,
na última década.