30.11.08

População em idade ativa


A tabela acima mostra a evolução da população em idade ativa (15 a 64 anos) no Brasil de 1980 a 2050, assim como das populações jovem (até 15 anos) e idosa (65 anos e mais), conforme as novas projeções demográficas divulgadas pelo IBGE.

(Um clique do mouse na tabela permitirá melhor visualização).

Transição demográfica no Brasil (II)

O IBGE divulgou, no dia 27 de novembro, novas projeções para o crescimento demográfico no Brasil até 2050, baseadas nos dados das PNADs de 2002 a 2006.

Abaixo são reproduzidas as principais conclusões do estudo:
  • A população do Brasil é hoje de 189,6 milhões de pessoas (crescimento de 1,05% em 2008) e alcançará o pico de 219,1 milhões em 2039, passando a declinar a partir daí.
  • A taxa de fecundidade total já se encontra abaixo do nível de reposição das gerações, tendo chegado a 1,95 em 2007. Estimada em 1,86 em 2008, a fecundidade deverá se estabilizar no nível de 1,5 filhos por mulher em idade fértil a partir de 2028.
  • A participação da população em idade ativa (15 a 64 anos) na população total, que correspondia a 57,7% em 1980, alcancará o pico de 71% em 2022, passando, então, a declinar em consequência do aumento da proporção de idosos na população total.
  • Metade dos residentes no Brasil tinha menos de 20,2 anos em 1980. Com o envelhecimento da população, a idade mediana será de 28,8 anos em 2010 e de 39,9 anos em 2035.
  • A expectativa de vida ao nascer era de apenas 45,5 anos em 1940, chegou a 72,7 anos em 2008 e alcançará 81,3 anos em 2050 (ainda inferior à do Japão atual - 82,6 anos).
  • A expectativa de vida no Brasil poderia hoje ser 2 ou 3 anos mais elevada, não fosse o efeito da morte prematura de jovens, em decorrência da violência.
  • A taxa de mortalidade infantil (crianças de menos de 1 ano) era de 100 por mil em 1970 e de 46,9 por mil em 1990, encontrando-se atualmente no patamar de 23,3 por mil (Argentina = 13,4 por mil). O valor projetado para 2015 é de 18,2 por mil, superior ao valor de 15,6 por mil correspondente à Meta do Milênio, no caso brasileiro.

Sobre a transição demográfica no Brasil, ver também esta postagem anterior.

9.11.08

O boom de Lula (II)

Da coluna de Armando Castelar Pinheiro, no Valor Econômico:
"Em 2004-08, o PIB deve crescer 4,6% ao ano, quase o dobro dos 2,4% da década anterior. A expansão do crédito foi um traço marcante desse ciclo. Nos cinco anos até setembro, o crédito bancário saltou de 23,4% para 39,1% do PIB; o spread de juros nas operações com pessoas físicas caiu de 52,1% para 38,6% (batendo em 31,9% em dezembro de 2007, antes da alta do IOF), enquanto o prazo médio dessas operações subiu de 291 para 480 dias. Um dos pilares do boom de financiamento foi o fortalecimento da segurança jurídica. A criação do patrimônio de afetação, do crédito consignado e da alienação fiduciária de imóveis (em adição à já existente para veículos) deu mais confiança aos credores. Isso se refletiu no custo e disponibilidade de financiamento".

Crescimento (falta de) - educação (VIII)

De acordo com dados da PNAD 2007, a média nacional de anos de estudo no Brasil está em 7,3, com acentuadas disparidades regionais (6 no Nordeste, 8 no Sudeste). Houve ganho de pouco mais de 1 mês de escolaridade entre 2006 e 2007 e de 1 ano e meio, se considerada a década completa. Nesse ritmo, os 8 anos de escolaridade média só serão alcançados em 2012 e os 11 anos apenas em 2033 (Folha de São Paulo, edição de 16 de outubro).

8.11.08

Causas da Grande Depressão (III)

Kevin Hasset resume, na edição do Valor Econômico deste fim de semana, a controversa explicação para a Grande Depressão proposta por alguns economistas vinculados à abordagem RBC:
"Além das equivocadas ações do Federal Reserve, dois erros de política econômica agravaram e prolongaram a Grande Depressão. O primeiro foi a Lei Smoot-Hawley, de 1930, que impôs tarifas a mais de 20 mil mercadorias e deflagrou uma guerra comercial que reduziu em aproximadamente um terço o comércio mundial. O segundo foi a rápida expansão da sindicalização na esteira da Lei de Recuperação da Indústria Nacional (NIRA) e da Lei Nacional de Relações Trabalhistas (NLRA). Um estudo de Lee Ohanian e Harold Cole, professores da Universidade da California - Los Angeles, verificou que 60% da diferença entre a produção real e sua tendência de longo prazo durante a Grande Depressão deveu-se à NIRA e à NLRA. A cartelização, ou aumento coordenado de preços pelas empresas, que Franklin Roosevelt permitiu depois que os sindicatos organizassem determinado setor, desempenhou um papel no aprofundamento da Depressão. Mas talvez o componente negativo crucial tenha sido o enorme crescimento da sindicalização, de 13% da força de trabalho em 1935 para 29% em 1939. Com a crescente sindicalização, dobrou o número de greves e aumentou sua eficácia, porque as novas regras permitiram que os trabalhadores empregassem táticas que paralisavam fábricas".
Para outras interpretações da Grande Depressão, ver os artigos de Vanessa Sumo e N. Gregory Mankiw, que foram objeto de postagens anteriores.

6.11.08

Para entender as divergências entre economistas (II)

O debate acerca do pacote de ajuda às instituições financeiras, aprovado recentemente pelo congresso americano, revelou uma divisão dos economistas entre "fundamentalistas" e "realistas". Esta é a opinião de Paul Romer em postagem em The Growth Blog.

Entradas anteriores nesta serie foram reunidas aqui.

5.11.08

Armadilha da liquidez

A economia americana está presa na "armadilha da liquidez" e necessita de um significativo aumento do gasto público para escapar dela, segundo Paul Krugman, em sua coluna em The New York Times.