Marcelo Neri chamou a atenção para um fato intrigante, em artigo publicado na semana passada no Valor Econômico.
As contas nacionais de 2005 e 2006 apontam crescimento acumulado do PIB per capita de 3,84% - um crescimento haitiano, nesta "era de ouro" da economia mundial.
Por outro lado, o crescimento da renda domiciliar per capita, medido pela PNAD, no mesmo período, foi de 16,4% - um crescimento chinês que, nos últimos dois anos, teria beneficiado não apenas os mais pobres, como vinha sendo o caso desde o início desta década, mas todos os estratos sociais.
Neri acredita que a geração de 4,6 milhões de postos de trabalho, dos quais 2,5 milhões no mercado formal, e o aumento das vendas do comércio de 11,8%, em 2005-06, validam os dados da PNAD, mas reconhece que não há uma explicação satisfatória para a discrepância entre estes dados e aqueles provenientes do Sistema de Contas Nacionais.