Fonte: Comitê de Datação de Ciclos Econômicos -
Valor Econômico, 29 de dezembro de 2009
Valor Econômico, 29 de dezembro de 2009
"O nível do câmbio está muito associado ao nível de poupança do país. Países que poupam pouco, como o Brasil (no primeiro trimestre, foram apenas 11,1% do PIB), tendem a ter um câmbio mais valorizado. A China, que poupa cerca de metade do PIB, tem facilidade para ter uma taxa de câmbio desvalorizada. Assim, a melhor opção para o Brasil ter uma moeda mais competitiva seria aumentar o nível de poupança pública, o que passa pela contenção de gastos públicos".
"Um erro comum é tomar altas taxas de crescimento como medida de sucesso, tendo em vista que o crescimento surge e desaparece misteriosamente. Os fracassos de ontem no que diz respeito ao crescimento (por exemplo, a Índia) são os sucessos de hoje, enquanto os sucessos de ontem (por exemplo, o Brasil) são os fracassos de hoje. A maior parte desta volatilidade é inexplicável e imprevisível. Conceder crédito a quem quer que seja o líder que esteja no poder durante um surto de crescimento é apenas raciocínio circular - como sabemos que ele é um grande líder? porque houve crescimento elevado" (William Easterly, Financial Times - 28 de maio de 2008).
"A causa principal do colapso do sistema financeiro global reside na queda abrupta dos valores dos bens. O efeito da queda nos preços dos ativos é multiplicado pela alavancagem que existia nos balanços dos grandes bancos. Em muitos casos, o valor total dos ativos era 25 ou 30 vezes maior do que o capital. Uma perda média de 3% nos ativos, num banco alavancado 30 vezes, resulta na perda de 90% do capital. Essa alavancagem excessiva resultou em grandes perdas, que, por sua vez, levaram à insolvência de muitas das maiores instituições financeiras em várias economias" (Flávio Bartman, em entrevista publicada na Folha de São Paulo - edição de 7 de fevereiro de 2009).