26.10.19
As pessoas não reagem só a incentivos
Esther Duflo e Abhijit Banerjee, ganhadores do Prêmio
Nobel de Economia de 2019, em artigo publicado em The New York Times,
argumentam que, ao contrário do que supõe o livro-texto de economia, as pessoas
nem sempre reagem ou, com frequência, reagem apenas fracamente a incentivos financeiros. Considerações relativas a status, auto-estima
e conexões sociais podem ser tão ou mais importantes do que aqueles incentivos.
Por esse motivo, a resposta a choques econômicos, tanto benéficos como
negativos, não ocorre com a rapidez e intensidade normalmente supostas pelos
economistas. Por exemplo, se a concorrência de produtos importados leva ao
fechamento de fábricas em uma região, uma parcela significativa dos
trabalhadores desempregados, devido a considerações como as mencionadas acima, não se
moverá para outros setores ou regiões onde o emprego esteja se expandindo. Assim,
mercados, por si sós, nem sempre são capazes de produzir resultados justos ou mesmo apenas eficientes, com a intervenção do governo sendo requerida.