1.12.07

Retorno da educação no Brasil

Da coluna de Naércio Menezes, na edição do Valor Econômico deste fim de semana:
  • "Em 1981, o brasileiro típico (mediano) com mais de 25 anos de idade ganhava R$ 542 por mês (a preços de 2006), no seu trabalho principal. Em 1993, no auge do período inflacionário, o salário mediano era de apenas R$ 395. Já em 2006, o salário mensal do indivíduo típico atingiu o patamar de R$ 500 por mês. Se considerarmos os valores médios, ao invés de medianos, o salário era de R$ 996 mensais em 1981, R$ 789 em 1993 e R$ 947 em 2006. Assim, os salários em 2006 estavam próximos, mas ainda não haviam alcançado o valor vigente em 1981".
  • "O grupo de trabalhadores que mais sofreu perdas, entre 1981 e 2006, foram os trabalhadores com ensino médio. A oferta destes trabalhadores passou de 8% para 23% do total nos últimos 25 anos, o que fez com que eles se tornassem relativamente abundantes no mercado de trabalho, sem que tivesse havido um aumento das ocupações compatíveis com seu nível de escolaridade. Como resultado, seu salário relativo caiu e sua taxa de desemprego aumentou. Mesmo assim, o salário deste grupo é em média 76% maior do que o salário dos trabalhadores com ensino fundamental ou menos. Ainda vale a pena concluir o ensino médio".
  • "A grande diferença salarial está no ensino superior. As pessoas que chegam à faculdade têm em média uma remuneração 150% maior do que as que param no ensino médio (R$ 2.414 versus R$ 947 em 2006), diferencial que cresceu em relação a 1981, quando era de cerca de 100%. Este diferencial médio abarca os alunos de todas as faculdades públicas e privadas do país. O retorno para os alunos de cursos de boa qualidade é muito maior".
  • "Os dados estão dizendo que o mercado está precisando cada vez mais de trabalhadores com ensino superior e cada vez menos de trabalhadores que tenham apenas o ensino médio. Isto explica a proliferação de matrículas no ensino superior privado na última década, que passou de 1 milhão em 1993 para mais de três milhões em 2005. O mercado transmite o sinal e as pessoas reagem a ele".