(Uma análise desta questão, baseada em dados para o período 2002-2018, pode ser encontrada aqui).
O gráfico acima, extraído da coluna de Cristiano Romero, publicada no Valor Econômico de 19 de março, mostra a relação entre a taxa SELIC real e a variação percentual da absorção doméstica (consumo, investimento e gastos públicos), nos últimos cinco anos.
A evidência sugere que, "quando o juro real é alto, a absorção doméstica cresce pouco; quando o juro real é baixo, a absorção cresce muito".
Se a absorção doméstica cresce mais rápido do que o PIB, como acontece atualmente na economia brasileira, a inflação aumenta e/ou o saldo em transações correntes se reduz. Para evitar isso, o manual de macroeconomia recomenda um aumento do superavit fiscal e/ou um aumento da taxa de juros.
Como o ajuste fiscal não parece ser uma alternativa aceitável para o governo, o Banco Central deve aumentar, no futuro próximo, a taxa SELIC.