- "O hiato do PIB é a diferença percentual entre o produto potencial de uma economia em determinado ano (produção de pleno emprego) e o produto efetivamente verificado".
- "Calcula-se que no Brasil, em 1966, esse hiato tenha chegado a 20%, o que facilitou o 'milagre brasileiro' de 1968-1973: o PIB cresceu 10% ao ano, sem que houvesse aceleração inflacionária - pelo contrário, a inflação até caiu".
- "Qual é hoje esse hiato? Depende da taxa de crescimento atribuída ao produto potencial. Nas décadas de 60 e 70, falava-se em 7% ao ano de taxa potencial, mas agora as autoridades monetárias são tão conservadoras que preferem ficar em 3% ou 4%".
- "É razoável defender que o hiato em 2008 pode ser enorme, porque não se pode imaginar um crescimento potencial no Brasil muito inferior a 5% nas últimas décadas, sendo a queda de 7% para 5% explicável pelo menor crescimento da população. De 1981 para cá, o Brasil cresceu em média 2% ao ano. O hiato só fez aumentar. Voltamos à mesma situação de 1966. Ou mais. Uma produção perdida de 100% do PIB em 26 anos. O PIB do Brasil poderia ser o dobro do que é".
- "O Brasil tem, portanto, condições de crescer 7% anuais nos próximos anos (ou mais) sem aceleração inflacionária - com ou sem crise mundial. Foi assim em 1968-1973. Temos um hiato do produto herdado dos últimos anos maior do que se imagina. Enorme capacidade ociosa, pronta para entrar em produção, com crédito e juros baixos".
6.4.08
Crescendo a 7%, segundo Lemgruber
A economia brasileira poderia crescer a uma taxa de 7% ao ano, sem pressões inflacionárias, de acordo com Antonio Carlos Lemgruber, em artigo na edição de hoje da Folha de São Paulo: