13.7.08

Erros de política econômica - Brasil (III)

Da coluna de Alexandre Schwartzman, na edição de 9 de julho da Folha de São Paulo:
"O governo aumentou informalmente a meta de superávit primário para 4,3% do PIB. Porém, o fato é que o superávit primário tem ficado ao redor de 4,3% do PIB desde o início de 2007, ou seja, a elevação da meta não implica nenhum aperto fiscal. Há uma questão adicional. A arrecadação de impostos tende a subir, como proporção do PIB, nos períodos de maior expansão da economia, e a cair, quando o ciclo se inverte. Isso é o que observamos recentemente: entre janeiro de 2007 e maio de 2008, as receitas federais cresceram o equivalente a 0,9% do PIB, ou seja, R$ 65 bilhões a preços de maio deste ano. Nesse mesmo período, o superávit primário federal aumentou apenas R$ 11 bilhões, ou seja, as despesas cresceram R$ 54 bilhões. Ajustada para o ciclo econômico, a estabilidade do superávit primário torna-se uma vigorosa expansão fiscal, ainda agravada porque muitas das despesas assumidas recentemente serão de difícil redução quando os ventos mudarem. Uma política fiscal que de fato auxiliasse o Banco Central e evitasse um aumento maior dos juros teria que almejar níveis ainda mais elevados de superávit".
A versão completa do artigo de Schwartzman pode ser encontrada aqui. Sobre o caráter expansionista da atual política fiscal, ver também esta postagem.