22.9.07

Transição demográfica no Brasil


Naércio Menezes discute, em sua coluna na edição deste fim de semana do Valor Econômico, os números da "transição demográfica" no Brasil:
  • "A figura acima mostra a evolução recente e as projeções de tamanho da população brasileira dividida em três faixas etárias. A população de jovens (0 a 24 anos de idade), que vinha crescendo há muito tempo, atingiu seu ponto mais elevado em 2007, ficará estável por mais 20 anos ao nível de 87 milhões e passará a declinar partir de 2027. A população de adultos (25 a 64 anos) continuará crescendo a taxas elevadas (mas decrescentes) por mais 40 anos, quando então se estabilizará. Já a população de idosos (mais de 64 anos) aumentará a taxas crescentes, chegando a 49 milhões de pessoas em 2050".

  • "Os dados mais recentes mostram que a mulher brasileira tem, em média, 2,1 filhos. Isto significa que o Brasil já atingiu a chamada taxa de reposição, ou seja, se esta taxa permanecer constante, a população brasileira deve parar de crescer a partir de meados deste século".

  • "A taxa de fecundidade deverá cair ainda mais, graças ao avanço educacional. As mulheres com menos de três anos de escolaridade média têm, em média, 3,3 filhos, enquanto as mais escolarizadas (com pelo menos o ensino médio) têm apenas 1,6 filho. Esta diferença provoca uma diminuição da renda per capita das famílias mais pobres, logo a redução da taxa de fecundidade que ainda continua a ocorrer nestas famílias (se voluntária) é bem-vinda".

  • "O Brasil já deixou de aproveitar grande parte da 'janela de oportunidade', trazida pela transição demográfica e relacionada com o fato de que os adultos tendem a ser mais produtivos e a acumular mais capital do que os jovens e idosos. O aumento da informalidade, do desemprego e dos gastos sociais com idosos, resultados da Constituição de 1988, impediu que aproveitássemos integralmente este dividendo demográfico para acelerar nosso crescimento econômico".

Sobre este assunto, ver postagens anteriores relativas a artigo de Malcolm Gladwell e ao conhecido estudo de David Blomm e David Canning. Informações sobre o caso brasileiro podem também ser obtidas nesta postagem de fevereiro.