Em 1999, devido a atos violentos praticados pela torcida, o Estádio Independência foi interditado pela CBF para jogos do Atlético Mineiro e o time foi obrigado a jogar no Mineirão.
A diretoria decidiu, então, reduzir o preço dos ingressos, a fim de estimular a torcida a comparecer ao estádio. O valor dos ingressos de arquibancada passou de R$ 10 para R$ 2 e a entrada para a geral teve seu preço cortado de R$ 5 para R$ 1, com redução, portanto, de 80%.
O crescimento decorrente na venda de ingressos foi de 263%, com a média de pagantes subindo de 14 474 para 52 541 torcedores.
A média de renda dos jogos aumentou de R$ 98 237 para R$ 111 602.
Verifica-se, portanto, que ingressos para jogos do Atlético Mineiro são um bem (?) com elasticidade-preço da demanda bastante elevada.
Alta elasticidade-preço da demanda, como ensina o manual de introdução à economia de Mankiw, em seu capítulo 5, é característica de bens que têm bons substitutos próximos e / ou são considerados supérfluos pelos consumidores.
Em outras palavras, assistir a jogos do time está longe de ser considerado como essencial pelos torcedores atleticanos - uma evidência que se soma àquela apresentada em uma postagem anterior no sentido de apontar o baixo grau de fidelidade da torcida ao clube.
(As informações relativas a este caso, publicadas no caderno 4 - página 15 da Folha de São Paulo - edição de 17 de outubro de 1999, me foram gentilmente passadas pelo Professor Antônio Aguirre).