Para os autores, reduções adicionais das taxas de juros "podem ser não apenas insuficientes, mas, de fato, contraproducentes, como resposta para a estagnação secular".
A origem das dificuldades econômicas atuais, segundo Summers e Stansbury, estaria não nos problemas de rigidez e fricções postulados pela Nova Economia Keynesiana para explicar as flutuações macroeconômicas, mas em “uma falta de demanda agregada mais fundamental”.
Isso ocorreria porque, enquanto o impacto positivo de uma
redução de juros sobre a demanda agregada é atualmente bastante limitado, devido
à contração da participação no PIB dos setores cuja demanda é sensível à taxa
de juros, a redução dos juros pode ter efeitos deletérios sobre a demanda agregada, a eficiência da economia e a estabilidade financeira (3).
Redução da demanda agregada
Uma redução da taxa de juros pode causar uma queda da
despesa de consumo, se o efeito-renda da redução do juro sobre o consumo mais
do que compensar o efeito-substituição.
Se a queda da taxa de juros resultar em juros nominais
negativos para os depositantes, a despesa de consumo pode se reduzir, em consequência do efeito
riqueza negativo da contração dos saldos monetários mantidos pelos consumidores
nos bancos.
Uma redução dos juros pode levar a uma redução da oferta
de crédito, porque reduz a lucratividade dos intermediários financeiros,
afetando negativamente sua posição de capital.
Redução da eficiência econômica
Taxas de juros baixas impedem a alocação eficiente de
recursos, porque contribuem para manter a tona empresas ineficientes e favorecem
as firmas incumbentes, reduzindo a competição.
Aumento da instabilidade financeira
Taxas de juros baixas promovem a formação de bolhas nos
preços dos ativos, aumentando a instabilidade financeira.
A origem das dificuldades econômicas atuais, segundo Summers e Stansbury, estaria não nos problemas de rigidez e fricções postulados pela Nova Economia Keynesiana para explicar as flutuações macroeconômicas, mas em “uma falta de demanda agregada mais fundamental”.
Assim, seria necessário voltar às “velhas” concepções keynesianas sobre a impotência da política monetária e a necessidade de estimular a
demanda agregada via política fiscal e outros meios.
(1) Uma versão do artigo em português pode ser encontrada aqui.
(2) Sobre o conceito de "estagnação secular", consultar também esta postagem.
(3) Argumentos semelhantes são apresentados por Thomas Palley, neste artigo.
(1) Uma versão do artigo em português pode ser encontrada aqui.
(2) Sobre o conceito de "estagnação secular", consultar também esta postagem.
(3) Argumentos semelhantes são apresentados por Thomas Palley, neste artigo.