2.6.07

Crescimento (falta de) - educação (III)

Segundo Naércio Menezes, em sua coluna no Valor Econômico, o processo de inclusão educacional iniciado nos anos 90 no Brasil mostra sinais de esgotamento:

  • "O número de matrículas no ensino médio passou de 4 milhões em 1992 para 9 milhões em 2003, mas tem permanecido estagnado desde então".
  • "A taxa de escolarização líquida, que indica o porcentual da população de 15 a 17 anos de idade que está matriculada no ensino médio, passou de 18% em 1992 para 45% em 2005, mas também mostra sinais de estagnação".
  • "A porcentagem dos jovens de 15 a 17 anos de idade que 'só' estuda passou de 40% em 1992 para 60% em 2001 e permaneceu neste nível a partir daí. Já a parcela que estuda e trabalha permaneceu estável em torno de 20% nos últimos 10 anos, de tal forma que, em 2005, cerca de 20% dos jovens nesta faixa etária estavam fora da escola. Dentre esses, 10% trabalhavam em tempo integral e 10% não trabalhavam nem estudavam".
  • "O aumento das matrículas no ensino médio a partir dos anos 90 foi causado principalmente pelo aumento da escolaridade das mães, diminuição da defasagem idade-série no ensino fundamental e aumento do número de concluintes neste ciclo. Já a estagnação das matrículas no período recente foi causada principalmente pela diminuição do número de concluintes no ensino fundamental, devido ao aumento da taxa de repetência".
  • "A taxa de repetência reduziu-se drasticamente no Brasil entre 1981 e 1998, ficou praticamente constante entre 1998 e 2003 e aumentou novamente a partir de 2003. O aumento aconteceu basicamente devido à eliminação do mecanismo de progressão continuada em alguns Estados e à volta do regime seriado. A evasão escolar, como sempre, acompanhou de perto o comportamento da repetência".