10.12.06

Estudo de caso para alunos de microeconomia - passagens aéreas a 2 reais

Veja – edição de 13/12/2006 descreve a estratégia de precificação adotada pela Ryanair, uma das mais bem sucedidas low fare airlines da Europa:

“A companhia aérea irlandesa Ryanair encontrou uma estratégia radical para revolucionar o competitivo mercado de baixo custo. Suas passagens não são só baratas como as de seus concorrentes. Algumas são praticamente gratuitas. Um trecho entre Londres e Roma custava na semana passada, por exemplo, 0,79 euro (pouco mais de 2 reais); entre Porto e Barcelona, 0,01 euro (0,03 real). Com esses preços, a empresa transformou-se numa das mais populares e lucrativas da aviação mundial. Lucrativas? Sim. A Ryanair deu um novo sentido ao princípio econômico segundo o qual "não existe almoço grátis". Se o passageiro não paga para voar, paga por quase todo o resto. Quer um copo de água? Sem problemas, basta desembolsar 2,50 euros (7,06 reais). Há taxas para despachar bagagens, instrumentos musicais e até para levar crianças a bordo. Quando os aviões estão no ar, os comissários transformam os corredores da aeronave em verdadeiras feiras ao ar livre. Tudo é vendido, desde jogos de cartas até câmeras digitais”.

Nos manuais de microeconomia, esta estratégia de precificação, adotada em muitos setores, é chamada de tarifa em duas partes. Um artigo recentemente publicado no Quarterly Journal of Economics e comentado nesta matéria de The New York Times explica porque tende a não existir competição entre as empresas na fixação de preços dos “acessórios”. Leia a matéria e descubra se você é um consumidor “sofisticado” ou “míope”.