- "O PIB cresceu mais nas novas séries do IBGE: em 2001-06, 2,9%, ao invés de 2,3% ao ano".
- "Cerca de 70% desse aumento são explicados pela elevação das taxas de expansão da administração pública e das atividades imobiliárias e aluguel (as famílias estavam consumindo mais serviços de moradia do que antes se imaginava). Os impostos também contribuíram para o crescimento na nova série".
- "Não foi um maior dinamismo da indústria ou da agricultura que elevou a estimativa do ritmo de expansão do PIB - o crescimento da indústria de transformação em 2001-06 é exatamente igual nas séries antiga e nova, 2,3% ao ano. Isso significa que nada de muito relevante mudou com relação à discussão sobre o PIB potencial".
- "O consumo do governo foi reavaliado para cima na nova série, passando a responder por 19,9% do PIB, quase o dobro do registrado em 1967-86 (10,3% do PIB). Trata-se de um patamar elevadíssimo, semelhante ao observado, na média dos anos 90, para os países da OCDE (19,8%) e muito superior ao que registram países que crescem rápido e fornecem serviços públicos de melhor qualidade aos seus cidadãos, como Coréia (12,7%), Chile (12,6%), Irlanda (14,8%) e Estados Unidos (15,4%)".
- "Esse alto nível de consumo faz com que, apesar da carga tributária elevada, o setor público invista pouco. Em 2000-2005, o investimento público foi de 1,8% do PIB, contra 3,5% do PIB em 1967-86 e uma média de 3% do PIB na OCDE".
- "Decompondo a expansão do PIB em 1995-2006, obtém-se que o fator que mais contribuiu para elevar o PIB foi o aumento da população ocupada, em 2,1% ao ano. A produtividade total dos fatores, por sua vez, subiu 0,8% ao ano. Mantidas estas duas taxas, para que o PIB cresça 5% ao ano de forma sustentada o estoque de capital teria de aumentar 6,6% ao ano, bem mais que o 1,6% ao ano observado em 1995-2006. Para alcançar esse objetivo em cinco anos, o investimento teria de crescer 11,5% ao ano, atingindo 24% do PIB".
31.3.07
Crescimento (falta de) - pouco mudou
Em artigo publicado na edição de ontem do Valor Econômico, Armando Castelar Pinheiro analisou o que mudou com a revisão das contas nacionais, recém-divulgada pelo IBGE. A seguir, os principais pontos do artigo: