O artigo comenta resultados obtidos por Sandra Polaski, do Centro Carnegie para a Paz Internacional, os quais são resumidos abaixo:
- "A economia mundial terá um ganho de 0,2% em relação a seu tamanho atual, se houver um acordo na Rodada Doha. Em números absolutos, o ganho oscilará entre US$ 40 bilhões e US$ 60 bilhões para todos os 150 países envolvidos na negociação".
- "Há tanto ganhadores líquidos como perdedores líquidos, nos diferentes cenários, e os países mais pobres estão entre os perdedores líquidos, em qualquer dos prováveis cenários. Os países subsaarianos, justamente os mais pobres entre os pobres, sofrerão uma redução em sua renda de aproximadamente 1%. O grande ganhador é a China, com aumento entre 0,8% e 1,2% de seu PIB".
- "Alguns poucos países ganharão com a liberalização agrícola, notadamente Brasil, Argentina e Tailândia. Este ganho, entretanto, é pequeno. Para o Brasil, especificamente, é de apenas US$ 251 milhões".
- "Os maiores ganhos virão da liberalização na indústria o que naturalmente beneficiará os países e regiões mais ricas".
- "O comércio não é a panacéia para aliviar a pobreza e, mais genericamente, para o desenvolvimento. O comércio é um fator entre muitos que podem contribuir para o crescimento econômico, mas sua contribuição tende a ser muito modesta".
A verdade é que a grande maioria dos estudos disponíveis sobre negociações e acordos deste tipo indicam que seu impacto sobre a renda dos países envolvidos tende a ser bastante modesto. Rossi (e muito mais gente), em sua má vontade com relação aos "economistas ortodoxos", está mal informado sobre o que as avaliações dos economistas têm mostrado a este respeito.
Adendo: O relatório de Polaski pode ser obtido neste endereço.