17.3.07

Crescimento - o papel das instituições

Desde a publicação em 1992 do conhecido paper de Mankiw, Romer e Weil sugerindo que 80% da variação do produto por trabalhador entre os países são explicados por diferenças nas taxas de investimento em capital físico e humano, a questão da importância relativa da acumulação de fatores e das instituições passou a estar no centro do debate sobre os determinantes do crescimento econômico.

Eicher, Peñalosa e Teksoz, num paper recente, retomam esta questão, chegando através de diversos exercícios empíricos, a duas conclusões principais:
  • As instituições não têm efeito direto sobre o nível do produto por trabalhador - o que elas fazem é modificar o impacto dos estoques de fatores, ou seja, as elasticidades do produto em relação ao capital físico e humano.
  • Enquanto instituições melhores ampliam a contribuição do capital físico para o produto, o efeito contrário se observa para o capital humano - quanto melhores as instituições, menor o impacto do capital humano. As instituições importam mais para o crescimento nos países com baixo capital humano. A relação das instituições com o capital físico é de complementaridade, ao passo que com o capital humano é de substituição.