A recente revisão das contas nacionais divulgada pelo IBGE indicou que, nos últimos quatro anos, a taxa de crescimento do PIB foi maior e a taxa de investimento foi menor do que antes se imaginava.
Uma interpretação possível dos novos números é que a produtividade do capital na economia brasileira é mais alta do que se estimava - os dados, afinal, estariam começando a refletir devidamente os efeitos das reformas econômicas dos últimos 17 anos (desregulamentação, privatizações, abertura comercial e financeira, nova lei de falências, mudança no patrimônio de afetação do setor de construção imobiliária, crédito consignado etc.).
Outra possibilidade é que o grau de utilização do capital instalado aumentou, de modo que a economia está obtendo mais produto com o mesmo estoque de capital.
Uma terceira interpretação, proposta por Alexandre Schwartzman, é que os setores cujas taxas de crescimento mais foram revistas para cima (administração pública e aluguéis, como se mencionou na postagem anterior) são setores pouco intensivos em capital, ou seja, necessitam de menos capital por unidade de produto.