- "Uma forma de olhar a taxa real de câmbio é a relação entre os preços dos produtos comercializáveis internacionalmente (como aviões, carne etc.) e os dos não-comercializáveis internacionalmente (tipicamente serviços)".
- "Se o preço dos comercializáveis sobe mais que o dos não-comercializáveis, as mensagens que a economia ouve são: (a) produza mais produtos comercializáveis e menos não-comercializáveis; (b) consuma menos comercializáveis e mais não-comercializáveis. A diferença entre a produção e o consumo interno de bens comercializáveis é o saldo comercial, que cresce com a elevação desse preço relativo. Assim, um aumento do preço dos bens comercializáveis em relação aos não-comercializáveis corresponde à depreciação real do câmbio; já uma queda equivale à apreciação real da moeda".
- "Se os gestores de política querem alterar a taxa real de câmbio, têm que achar variáveis que afetem a demanda e a oferta de bens comercializáveis e não-comercializáveis. Em particular, se querem uma taxa real de câmbio mais depreciada, basta reduzir a demanda por bens não-comercializáveis".
- "O gasto público brasileiro é bem mais concentrado em produtos não-comercializáveis. Uma forma de reduzir a demanda por esses produtos e depreciar a taxa real de câmbio seria reduzir de forma persistente o gasto".
A versão completa do artigo está disponível no blog de Schwartzman.
Uma outra forma de descrever a conexão entre gasto público e valorização cambial foi adotada nesta postagem anterior.