A redução do déficit fiscal aumenta a poupança nacional, o que reduz a taxa de juros real, aumenta o investimento externo líquido (dado que a compra de ativos financeiros domésticos se torna menos atrativa para residentes e não residentes), aumenta a procura por moeda estrangeira e, portanto, faz com que aumente o preço desta.
O ajuste fiscal tem sido proposto como remédio para a valorização cambial tanto por economistas "ortodoxos" como por "desenvolvimentistas" (Yoshiaki Nakano, Bresser Pereira, Luís Carlos Mendonça de Barros, Luciano Coutinho) e até por "neomarxistas" (Delfim Neto, assim auto-definido na sua coluna de ontem na Folha de São Paulo).
Aparentemente, este é um daqueles casos em que se aplica a Lei de Murphy da política econômica, proposta por Alan Blinder:
“Os economistas influenciam menos a política econômica nas áreas em que sabem mais e concordam mais e têm mais influência onde sabem menos e discordam com maior veemência".