12.2.07

Crescimento (falta de) - o todo e as partes

Da coluna de Affonso Celso Pastore e Maria Cristina Pinotti, na edição de hoje do Valor Econômico:
  • "O crescimento econômico é um processo de ampliação da capacidade produtiva, expandindo a oferta agregada, e exige o aumento da formação bruta de capital fixo e da produtividade total dos fatores".
  • "Há 25 anos, quando o PIB ainda crescia acima de 7% ao ano; quando a taxa de investimento avaliada a preços de 1991 superava os 28% do PIB, tendo ultrapassado por um curto período a taxa de 30% do PIB; e a produtividade total dos fatores tinha o crescimento mais rápido do mundo, a carga tributária estava um pouco acima de 20% do PIB. O 'milagre econômico' daqueles anos era em grande parte fruto de um tamanho menor do governo, que libertava o 'espírito animal' dos empresários, elevando os investimentos privados".
  • "O produto total do país é igual à soma do consumo e dos investimentos privados, do consumo e dos investimentos do governo e das exportações líquidas de bens e serviços, que é o saldo em conta corrente. Não há como escapar da restrição de que a soma das partes tem que ser igual ao todo. Para que os investimentos privados possam voltar a crescer há somente três alternativas: ou se reduz o consumo privado; ou se reduzem os superávits na conta corrente; ou se reduz o tamanho do governo".
  • "Governos democráticos rejeitam o caminho da compressão do consumo e, em adição, os elevados níveis de pobreza compelem o governo a persistir na sua política de transferências às camadas mais pobres da população e nos estímulos à ampliação do crédito ao setor privado".
  • "Os superávits na conta corrente tiveram que ocorrer nos últimos anos para reduzir o tamanho excessivo da dívida externa. Atualmente, o crescimento das importações poderia se acelerar, mas não há nada sinalizando uma liberalização adicional de comércio".
  • "Nos últimos quatro anos, os gastos do governo central, excluindo o pagamento de juros, cresceram à taxa de 9,7% ao ano. Uma alternativa para o país seria, preservando as transferências socialmente desejáveis, reduzir o tamanho do governo, o que requer reformas, dentre as quais a mais urgente é a da Previdência".